terça-feira, 25 de janeiro de 2011

HOMENAGEM AO CAMARADA ÉDWIN PEREZ


Por: José A. Chiriboga 

Edwin Pérez Chévez nasceu na cidade de Guayaquil, em 24 de outubro de 1973. Cresceu num lar modesto de gente trabalhadora. Sua família tinha migrado do campo para a cidade. Desde muito jovem desenvolveu uma grande afeição pela leitura, incentivada por seu pai. O gosto pela leitura o transformou num leitor inveterado.
Nas eleições presidenciais do ano de 1992, ainda não pertencia a nenhum partido político. Mesmo assim sua decisão foi encaminhar o vota à Gustavo Iturralde e Edison Fonseca, candidatos à presidência e vice-presidência da República, respectivamente, pela Lista 9, da Frente Ampla da Esquerda (Frente Amplio de Izquierda – FADI). Esse foi um antecedente importante, já que anos mais tarde vinculou-se à Juventude e ao Partido Comunista do Equador.
Em circunstâncias difíceis de sua vida, conheceu Pablo Morán, ex-militante da Juventude Comunista do Equador. Morán era considerado um bom amigo. Por meio dele, teve o contato inicial com os ideais da esquerda, além de ler os clássicos do marxismo-leninismo. A proximidade desta ideologia política e de suas propostas gerou uma grande inquietude em Pérez.
Por conta disso, acabou se vinculando ao Movimento Camponês Solidariedade, com o qual trabalhou durante algum tempo. Ao terminar o Ensino Médio no Colégio Particular à Distância “Vicente Rocafuerte Bejarano”, se matriculou na Universidade de Guayaquil, na Faculdade de Jurisprudência, com o objetivo de seguir a carreira de Direito. Lá, conheceu o grupo de jovens da Frente Ampla de Jurisprudência (FAJ) vinculada à Juventude Comunista do Equador (JCE). Graças a afinidade de pensamento político, se une às organizações em 1998.
Pouco a pouco Pérez foi se convertendo numa liderança do movimento estudantil, resultando em sua eleição, várias vezes, para o cargo de Presidente do curso onde estudava e Presidente da Frente Ampla de Jusrisprudência. Também foi eleito inúmeras vezes Delegado da Junta da Faculdade e Delegado da Associação Cultural Universitária (ACU), pela Jurisprudência.
Seu crescimento com líder estudantil fez com que fosse designado pela Juventude Comunista do Equador seu Secretário Geral na Província do Guayas, em 2003, sendo promovido, em seguida, à membro do Comitê Executivo Nacional da Juventude Comunista do Equador, como Secretário de Imprensa e Propaganda.
Converteu-se num profundo conhecedor do marxismo-leninismo e, em consequência, compreendeu a necessidade de trabalhar pelos mais necessitados e lutar por uma nova sociedade, sem exploração, onde exista igualdade, solidariedade e fraternidade. Era grande a sua preocupação com o fortalecimento orgânico, político e ideológico da JC. Assim, realizou algumas atividades referentes à educação política por todo o país. Participou como conferencistas em vários eventos de Sindicatos, Associações de Trabalhadores e a Federação Equatoriana de Indígenas. Em conjunto com outros camaradas, contribuiu com o resgate da História da Juventude Comunista do Equador. Seu trabalho na Imprensa e Propaganda, dentro da JC e do PC também merece destaque. Era um dos entusiastas e criadores do periódico “El Pueblo”, de nosso Partido, e de “Juventud Rebelde”, Órgão Central da JCE.
Posteriormente, em união com outros setores estudantis da Universidade de Guayaquil, integrou à Frente Ampla de Jurisprudência, à Juventude Comunista do Equador e à Coordenação de Movimentos Universitários (CMU), na qual participou de várias eleições para a Federação de Estudantes Universitários (FEUE).
Participou de eventos internacionais de grande importância política para os movimentos juvenis, como o XVI Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, realizado na Venezuela, no ano de 2005. Buscando a construção e solidificação da unidade juvenil internacional, viajou à Colômbia, Cuba e Líbano, onde teve uma destacada participação, defendendo com paixão o Equador para país sede do XVII Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes. Sua proposta não foi aceita, já que o país escolhido para sediar o Festival foi a África do Sul, devido a inúmeras considerações políticas e sociais. O evento ocorreu em dezembro de 2010.
O título de Advogado dos Tribunais e dos Juizados da República do Equador foi, enfim, obtido e logo após a sua formatura na Faculdade de Jurisprudência, foi convidado pela Juventude Comunista do Equador, pela Frente Ampla de Jurisprudência e pela Coordenação de Movimentos Universitários para exercer o cargo de Assessoria Jurídica e Política destes movimentos. O principal motivo para esse convite foi seu reconhecido conhecimento do movimento estudantil e da Universidade de Guayaquil.
Em novembro de 2008, como resultado de sua grande trajetória na direção estudantil e juvenil, os delegados do VII Congresso Nacional da Juventude Comunista do Equador o elegeram como seu máximo dirigente, conseguindo insertar a Juventude Comunista do Equador, no âmbito nacional e internacional.
Em 22 de maio de 2010, o Partido Comunista do Equador realizou a promoção de uma trintena de jovens comunistas para o Partido Comunista. A citada promoção foi presidida pelo próprio Edwin Pérez, com base em seus méritos como dirigente e militante da JCE. Também participou da Comissão Organizadora do XV Congresso Nacional do Partido Comunista do Equador. Tal congresso precisou ser adiado pelo estado de gravidade em que se encontrava nosso camarada.
Na época, estava empenhado na participação da JCE no XVII Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes. No entanto, a selvagem agressão sofrida e seu posterior falecimento, em 10 de dezembro de 2010, não permitiram uma melhor organização para a participação de muitos jovens equatorianos no evento.
Em 30 de setembro de 2010, dia da intentona golpista de reação contra do governo do Presidente Correa, Pérez liderou a Juventude Comunista do Equador em todo o país. Conclamou os jovens a contra-atacarem o dito golpe, deixando-se entrever o compromisso revolucionário da JCE e do PCE com as mudanças e transformações políticas em curso na América do Sul e Central.
Finalmente, participou como assessor jurídico da Lista B, nas eleições 2010 para a FEUE de Guayaquil. Por estarem infestadas de irregularidades, essas eleições foram impugnadas pela Lista B. Porém, o obscuro e arranjado Conselho Universitário da Universidade de Guayaquil, se omitiu perante o caso e proclamou vencedora a lista contrária (integrada por elementos reacionários da direita e da pseudo-esquerda). Frente ao ocorrido, a Lista B entrou com uma ação de proteção na Corte Provincial de Justiça, que foi aceita pelo Juiz. A resolução mandava repetir as eleições da FEUE, fato que se converteu no motivo de disputa entre os 2 grupos participantes da FEUE. Como consequência, em 25 de outubro de 2010, uma agressão brutal foi empreendida contra a humanidade de Edwin Pérez, resultando em graves danos e, posteriormente, em sua morte.
Um dia antes da vil agressão, Pérez comemorou seu aniversário. Suas últimas palavras foram em agradecimento a seus amigos e camaradas: “Obrigado aos camaradas e amigos pelas felicitações e desejos que me fazem prosseguir... Estudando, organizando e lutando!”.
Nós, camaradas, recordamos de Edwin Pérez como uma pessoa de caráter, que soube conduzir sua organização por um caminho acertado, leal e condizente com seus princípios. Edwin Pérez nunca esmoreceu e sempre incentivou os jovens comunistas serem melhores em todos os sentidos.

Edwin, você será lembrado como um exemplo de valentia e amor à pátria e ao socialismo. 
Nunca esqueceremos de sua contribuição na construção de um novo Equador.
Até a vitória sempre, camarada!!!

Publicado pela Juventude Comunista do Equador – Pichincha.

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza

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