Trabalho juvenil comunista é reorganizado no México
Ver: http://elcomunista.nuevaradio.org/?p=8
Liga da Juventude Comunista
21. Jan.11 - Notícias
Declaração da Liga da Juventude Comunista
Aos jovens trabalhadores.
Aos jovens estudantes.
A toda juventude mexicana.
A presente declaração é direcionada a toda juventude proletária, campesina, estudantil, a todos os jovens que se encontram em situação de pobreza, desemprego, sem acesso a educação e sem direitos trabalhistas. O nosso interesse é que estas linhas sejam conhecidas por toda a juventude, em especial pelos jovens que possuam coragem e determinação para promover mudanças em nosso México e em todo o mundo.
Ao contrário do que afirmam os ideólogos burgueses, o sistema capitalista se encontra numa profunda crise econômica. Tal crise está sendo provocada por contradições inerentes ao próprio modo de produção capitalista, essencialmente a contradição capital/ trabalho. Em consequência disso, a humanidade enfrenta uma grave crise ambiental, social, política e cultural. Nos últimos vinte anos, foi confirmado que o Capitalismo se encontra incapacitado para resolver os problemas que afligem os povos e que, além de não querer resolvê-los, segue utilizando a guerra para apropriar-se de novos territórios, praticando a pilhagem e a espoliação dos povos. Mesmo assim se vale da mentira e da calúnia para desprestigiar, criminalizar e reprimir todos aqueles que lutam, dia após dia, por um mundo diferente.
A investida do Imperialismo golpeia sem fazer distinção quanto ao sexo, idade ou nacionalidade. Das cidades industrializadas até o âmbito rural, o imperialismo provoca a demissão em massa dos trabalhadores, a carestia nas famílias proletárias e camponesas, a destruição dos sindicatos, a aplicação de reformas trabalhistas que atentam contra os poucos direitos do proletariado, a destruição do campo, etc. Em geral, este é o panorama vivenciado pela classe trabalhadora e demais classes que sucumbem frente ao poder dos monopólios. Podemos incluir nesse cenário a juventude que, mais cedo ou mais tarde, irá engrossar as fileiras do proletariado, daqueles que possuem apenas sua força de trabalho para sobreviver...
No que se refere ao México, durante o mês de julho de 2010, a taxa de desemprego alcançou a marca de 15,3% de população desempregada. Isto equivale à 8 milhões 83 mil e 471pessoas sem empregos [1]. Somado a isso, há alguns dias, a Secretaria de Educação Pública (SEP) revelou que 10 milhões de jovens em idade de frequentar a educação média e superior não o fazem por falta de recursos econômicos [2]. Isso são somente cifras, pois a situação da juventude mexicana é mais deplorável. Ainda que o restante dos jovens esteja trabalhando ou estudando, esbarra numa infinidade de obstáculos para seguir seus estudos ou trabalho. Boa parte dessa mão-de-obra é empregada em lojas de serviços, como Oxxo´s, ou em supermercados, como o Walt-Mart e Soriana, que são, no fim das contas, cadeias de supermercados a serviço dos monopólios. Em tais lugares, a juventude é desprovida de todo direito trabalhista, sendo obrigada a realizar todo tipo de atividades. Vale destacar que são atividades que nunca foram especificadas em seus contratos (quando existe um contrato), sejam elas voltadas para a distribuição panfletos, empacotamento de produtos ou carregamento de produtos dos armazéns. A parte da juventude que consegue entrar na escola, se depara com todos os níveis educacionais golpeados por reformas como a ACE (Aliança pela Qualidade Educacional) e a RIEMS (Reforma Integral da Educação Média Superior), que visam modificar os conteúdos de estudo com base nas necessidades do capital. Assim, eliminam disciplinas das ciências sociais e inserem outras que introduzam nos estudantes a lógica do mercado. As universidades públicas se encontram na mesma situação. Ano após ano, o orçamento designado a cobrir os gastos destas instituições é cortado. Todos os governos cortam o orçamento da educação pública, da cultura, do esporte e de todas as demais instituições que necessitam de recursos.
Para o restante da juventude que não estuda nem trabalha, o capitalismo apresenta uma opção. Os jovens enxergam no mercado das drogas, seja sua venda e distribuição ou consumo, uma alternativa. Nos últimos cinco anos, o fenômeno do narcotráfico no México apresentou uma característica elementar: observou-se que a idade da maioria dos traficantes e assassinos não ultrapassa os 24 anos e, em alguns casos, a idade é ainda inferior, chegando a 14 ou 15 anos. São esses jovens que participam, cotidianamente, de enfrentamentos com o Exército Federal. A violência que se vive nas ruas é produto da decomposição deste sistema, pois resulta ilógico querer terminar com a venda e distribuição das drogas. Elas são mercadorias como outra qualquer, já que se vende, se compra e o lucro é garantido. Portanto, a produção e distribuição das drogas segue mantendo o princípio da exploração do homem pelo homem.
Apesar da difícil situação que temos pela frente, acreditamos numa parte da juventude que não está disposta a declara-se derrotada e sem possibilidades de triunfo. Muitos de nós jovens negam o futuro que nos reserva este sistema. Constantemente buscamos maneiras de nos opormos e resistirmos à repressão do Estado capitalista, que utiliza a força policial ou leis que sempre protegem os interesses do capital. Dentre esses grupos de resistência, estamos nós, os jovens comunistas. Depositamos todos os nossos esforços para contribuir com uma mudança revolucionária. Há muitos anos fazemos um trabalho político com a juventude trabalhadora, com os estudantes, com os desempregados, com todos os jovens que são excluídos pelo fato de serem rebeldes. Em todo esse tempo, demonstramos que não nos curvaremos, que não nos dobraremos. Ao contrário: o trabalho cotidiano fortalece a nossa convicção de lutar pelo socialismo-comunismo para o nosso povo. Afirmamos que se uma revolução não destruir os alicerces do sistema capitalista, ou seja, não eliminar a propriedade privada sobre os meios de produção, os vestígios do capitalismo crescerão com mais força. Portanto, aqueles que representam este esforço são jovens comprometidos com o nosso povo e, por isso, percebemos a necessidade da construção da Liga da Juventude Comunista (LJC).
Em vista de tais motivos, declaramos:
A LJC terá no Marxismo-Leninismo o embasamento teórico e de ação, lutando junto ao Partido Comunista do México (PCM).
Enquanto organização, reconhecemos o esforço empreendido pela Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD). Dessa forma, contribuiremos, na medida de nossos esforços, para que se cumpram os acordos que vão de encontro com a luta por uma paz verdadeira, tendo como inimigo comum a ser vencido o imperialismo.
Lutaremos, lado a lado, com todas as organizações comunistas do mundo (Partidos Comunistas e Juventudes Comunistas), principalmente as que se empenham na luta anti-imperialista, antimonopolista e anticapitalista. A LJC é uma fiel representante do internacionalismo proletário e não se furtará, em momento algum, de praticá-lo.
A LJC se propõe chegar a todos os cantos do México, buscando engrossar suas fileiras por parte da juventude trabalhadora, dos jovens estudantes, dos desempregados, dos excluídos, dos que são rebeldes e insubmissos.
Saudamos todas as organizações e movimentos do México que pelejam tenazmente contra o Capitalismo, demonstrando que o povo mexicano possui disposição para a luta revolucionária.
A partir da publicação desta declaração, a Liga da Juventude Comunista estará trabalhando para ser uma organização combativa e de luta. Fazemos um chamado a toda juventude mexicana, para que juntos demos vida a esta organização, pondo todo nosso empenho. Pedimos aos jovens que contribuam, juntos com todos os explorados, para tomarem o futuro em nossas mãos.
ATENCIOSAMENTE,
O Conselho Central da Liga da Juventude Comunista
México Distrito Federal, 8 de janeiro de 2011
E-mail: ljcmexico@gmail.com
Página: www.juventudcomunista.org
1Centro de Análises Multidisciplinares (CAM), Relatório de Investigação N°87: Emprego e Desemprego Durante o Desgoverno de Felipe Calderón 2006-2010 (PRIMEIRA PARTE), México.
2 ¨Aviles Karina, “Aproximadamente 10 milhões de jovens trocam seus estudos por carências econômicas”, La Jornada, México 4 de Janeiro de 2010.
Tradução: Maria Fernanda M. Scelza
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