terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ofensiva anti-comunista em Portugal e no mundo

15-Nov-2010

A ofensiva que se tem verificado contra os comunistas checos tem registado novos avanços. Depois da tentativa, falhada, de ilegalização da União da Juventude Comunista Checa (KSM), travada pela luta da juventude checa e pela solidariedade de milhares de pessoas e organizações de todo o mundo, regista-se agora nova tentativa de anulação, física e ideológica, da KSM. Remetendo para um artigo do Código Penal que condena quaisquer actos de negação, aprovação ou justificação de um genocídio, algumas autoridades checas pretendem punir a KSM pela publicação de um artigo no seu site sobre a batalha de Katyn, na II Guerra Mundial. Na tentativa de repôr a verdade histórica sobre um dos acontecimentos mais marcantes da II Guerra Mundial e de condenação dos crimes contra a humanidade do nazi-fascismo, os jovens comunistas checos enfrentam agora uma queixa apresentada por algumas das mais destacadas figuras da extrema direita e anti-comunistas daquele país, que procuram assim, mais uma vez, atacar a KSM. Esta é mais uma demonstração da ofensiva anti-comunista, que recorre também ao branqueamento da História, tentando equiparar o Comunismo ao Nazismo.

Esta ofensiva, porém, não se faz sentir apenas na República Checa. Multiplicam-se os ataques às liberdades e garantias democráticas e intensifica-se a repressão sobre aqueles que lutam e resistem. Recentemente foram proibidos os símbolos comunistas na Polónia, com o aval da União Europeia; há alguns dias atrás, o presidente da Federação Mundial da Juventude Democrática esteve detido pelas autoridades marroquinas e foi impedido de entrar no Saara Ocidental, para participar numa acção de solidariedade com o povo saharaui; no Equador, o secretário geral da Juventude Comunista do Equador foi violentamente agredido por membros de uma organização da extrema direita, encontrando-se em estado de coma. Em Portugal, são de assinalar as limitações à acção sindical, ao direito à greve, as tentativas de limitação do associativismo estudantil, o boicote às lutas, quer dos trabalhadores, quer dos estudantes. Aumentam os episódios de restrição da acção política da JCP. Recentemente, militantes da Juventude Comunista Portuguesa foram detidos por estarem a pintar um mural, em Lisboa; em Leiria, um militante da JCP foi detido por estar a colar cartazes. O direito à actividade e afirmação políticas está constitucionalmente consagrado, e pretendemos continuar a exercê-lo.

Numa altura em que o capitalismo enfrenta uma crise global, intensifica-se também a sua ofensiva contra as forças progressitas, que afirmam e lutam por um sistema diferente, por um mundo de paz, democracia, liberdade e respeito pelos mais fundamentais direitos da humanidade. Os comunistas sempre estiveram na frente das duras batalhas que se travaram contra os avanços do capitalismo e pelos direitos dos povos. Foi assim o duro combate contra o nazi-fascismo alemão, foi assim a resistência e luta contra a longa noite fascista em Portugal, assim é por todo o mundo onde os crimes do imperialismo se fazem sentir.

A JCP condena os actos anti-democráticos e anti-comunistas na República Checa, bem como em todas as partes do mundo onde a resistência e a luta por um mundo diferente, de paz e solidariedade entre os povos, de democracia, progresso e transformação social são alvo de violentos ataques das forças imperialistas. Cresce a ofensiva, mas cresce também a vontade e a força para resistir e lutar.

Lisboa, 9 de Novembro de 2010

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